quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A Constelação do Cruzeiro: Joãozinho

Joãozinho, um craque da escola de Garrincha que atuou com a Celeste mais linda do mundo por muitos anos. Também conhecido por "Bailarino" e por Joãozinho Travolta (apelido dado pelo Vibrante Alberto Rodrigues) devido aos seus dribles desconcertantes e seus gols maravilhosos. Alimentava a torcida com seus espetáculos dentro das quatro linhas, ao deixar os adversários completamente humilhados, sem dúvida o maior driblador que atuou em MG.
Joãozinho nasceu no Cruzeiro, tinha em si enraizadas as carcaterísticas de toque de bola formidável e técnica magnífica oriundas do Cruzeiro Esporte Clube.
O jovem Joãozinho atuou com a camisa Azul 5 Estrelas em meados da década de 70 e por alguns anos na década de 80.
Seus dribles e suas jogadas maravilhosas eram shows à parte nos jogos do Cruzeiro, ao receber a bola na ponta esquerda, a torcida já ficava de pé para assistí-lo, assim como os súditos ficam de pé ante a passagem de um Rei, desta feita o Rei do gingado.
Foi um dos maiores nomes no esquadrão que encantou o país nos anos 70, tendo ajudado a conduzir o clube a 2 finais de Campeonato Brasileiro consecutivas. A primeira em 1974, na qual o time jogou por toda a campanha sem receber salários, e perdeu para o Vasco, para a CBD (que transferiu o jogo de Belo Horizonte para o Rio inexplicavelmente) e não bastasse isso para o ábritro Armando Marques (que anulou um gol alegando impedimento num cruzamento feito da linha de fundo e que resultou no segundo gol do Cruzeiro, marcado por Zé Carlos) e em 1975, na qual foi derrotado pelo Internacional por 1x0 em Porto Alegre.
Os seus dribles eram tão maravilhosos que costumavam deixar os marcadores estirados no gramado. Por diversas vezes, o técnico adversário substituía os marcadores do Travolta para poupá-los de tamanha humilhação.
Uma das vezes em que isso aconteceu foi em 1976, quando o Cruzeiro bateu o Internacional por 5x4 em Belo Horizonte, e o técnico Rubens Minelli trocou Cláudio Duarte por Valdir para tentar para o ponta-esquerda do Cruzeiro. Joãozinho fez uma partida inesquecível com a camisa do Cruzeiro, exibindo muitos dos seus mais famosos dribles sobre os jogadores colorados.
Joãozinho marca um de seus gols contra o Internacional no famoso 5x4 de 1976.

O virtuosismo fazia parte deste genial jogador. Cruzamentos perfeitos, passes, armações e finalizações explêndidas faziam parte de seu repertório.
O atacante Joãozinho ficou destacado por um dos episódios mais conhecidos -se não o mais- da história do clube, um lance de pura malandragem, um gol magnífico, um gol que mudou a história do Cruzeiro, o gol do título de nossa primeira Copa Libertadores da América.
Cruzeiro e River Plate se enfrentaram para decidir quem era o melhor da América em 1976, no primeiro jogo em Belo Horizonte, Joãozinho deu mais um show sobre os portenhos, entre eles o ex-Cruzeiro, Roberto Perfumo. O jogo foi encerrado com goleada Celeste por 4x1, num baile de bola memorável no Mineirão.
Na 2ª partida em Buenos Aires, claramente prejudicado pela arbitragem, o Cruzeiro perdeu por 2x1. Mesmo com saldo superior o regulamento previa uma terceira partida.
O palco escolhido foi o Estádio Centenário de Santiago, no Chile, local onde a Seleção Brasileira foi bi-campeã do Mundo em 1962 ao derrotar a Tchecoslováquia. O Cruzeiro cedeu o empate após estar vencendo por 2x0, mas aos 43, Palhinha recebe o lançamento na meia-lua, depois de entortar o primeiro beque, sofre a alavanca. A certeza do gol de falta tomou conta do Cruzeiro, afinal de contas, o maior cobrador de faltas do mundo, Nelinho, iria fazer o gol do título. O próprio goleiro portenho, Landaburu sabia disso, colocou 8 homens na barreira e esperava operar um milagre. Nelinho ajeitou a pelota na marca e tomava distância para o tiro, até que todos foram surpreendidos por Joãozinho, o Bailarino bateu por cima da barreira, a bola morreu no ângulo do goleiro e o Cruzeiro foi campeão. Um gol espírita, que chegou a ser cômico, pois Nelinho já se preparava para chingar o companheiro pela molecagem. Ao chegar ao vestiário tomou uma bronca, do técnico Zezé Moreira, justamente por ter cobrado a falta que seria batida por Nelinho.
Outro gol notável de Joãozinho e que valeu o caneco foi em 1977, na famosa final do Campeonato Mineiro, em que Antônio Carlos Cerezzo, desrespeitou o campeão da América levando a taça para o vestiário após o primeiro confronto das finais. Joãozinho marcou o 3º gol na vitória por 3x1 na finalíssima contra o Galo, já aos 14 minutos da prorrogação.
O futebol maravilhoso que o Cruzeiro apresentava, desde a década de 60 com Tostão & cia., foi reconhecido pela FIFA, que convidou o clube Celeste para uma excursão pela África em 1980, para que o futebol pudesse ser difundido em todos os continentes, e nada melhor do que o futebol arte do Cruzeiro, sinônimo de futebol brasileiro.
Neste mesmo ano de 1980, Joãozinho marcou um gol sensacional contra o Fluminense. Os tricolores perdiam por 2x1, mas estavam persistindo em busca do empate. Num contragolpe, Joãozinho arrancou pelo meio do campo, avançou em alta velocidade em meio à dois zagueiros, um destes ainda o tentou acompanhar, ao ver isso Joãozinho fez o corte para a esquerda, e então o goleiro saiu aos seus pés, ele então fez o corte para a direita, com a meta escancarada só teve o trabalho de colocar no filó, um dos mais belos gols do Gigante da Pampulha.
Nos anos 80 foi mais uma vez campeão estadual, após ajudar o Cruzeiro golear o Atlético-MG por 4x0 em 1984. Encerrou sua passagem gloriosa pela Raposa em 1986.
Foi um dos grandes injustiçados do futebol nacional, sendo convocado para a Seleção Brasileira poucas vezes. Jogador extremamente habilidoso, Joãozinho teve a carreira encurtada por causa da violência dos adversários. Atualmente, reside no bairro do Eldorado, em Contagem (MG), onde tem uma empresa de táxi.

Sobre Joãozinho:

''(...) Desconheço um jornalista, jogador, dirigente ou técnico de futebol e, até um analista que tenha feito uma descrição exata do que o Joãozinho representa para o futebol, para a Seleção Brasileira e para o povo. Talvez sua mulher fosse mais coerente e feliz para definir o que é o João. (...)
(...) Liberdade para jogar seu futebol antitático, que desequilibra, que é do passado, uma reencarnação do Garrincha, que ninguém acredita que possa voltar de outra forma, na forma de Joãozinho. Um futebol que faz falta à Seleção Brasileira, que acaba com a frustração do povo que gosta de eleger um ídolo que mate a sua fome. (...)"

José Reinaldo de Lima, Ex-centro avante do Galo.

Feliz daqueles que viram Joãozinho jogar, a estes coube ver de perto a melhor concepção do futebol arte. Um jogador de uma categoria notável, de uma capacidade de driblar enorme e maior ainda de dar alegria ao povo. Joãozinho foi um empreiteiro no crescimento do Cruzeiro, e mais ainda, com sua diversão ao jogar futebol, deixou mais felizes milhares de corações Celestes.

Nome: João Soares de Almeida Filho
Data de Nascimento: 15/02/1954, em Belo Horizonte (MG).
Quando jogou: 11 anos (73-81/82-86)
Títulos pelo Cruzeiro:
Copa Libertadores da América 1976;
Campeonato Mineiro: 1973, 1974, 1975, 1977 e 1984.
11º Maior Artilheiro da História do Cruzeiro com 116 gols em 479 jogos (7º Jogador que mais vestiu a camisa Celeste).

11 comentários:

  1. Joaozinho
    Eu vi este jogar quando a bola ia em direção dele toda a torcida levantava inclusive a adversaria já sabiamos que ele ia fazer covardia com os marcadores, sempre estou com ele EUA. todos são apaixonados com ele por sua simpatia e humildade.
    Só a diretoria do cruzeiro não reconhece que Joaozinho, foi e sempre sera o que mudou a historia do cruzeiro com aquela copa da libertadores, Cruzeirenses vamos fazer uma campanha diretoria do cruzeiro honre este patrimonio nosso. Joaozinho é nosso patrimonio

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  2. Um dos gols mais lindo que já vi e gostaria de rever CRUZEIRO 3 e fluminense 1 não lembro a data, JOAOZINHO pega a bola no meio campo dribla 4 e faz um golaço já era mais de 40 do segundo tempo, por favor me indiquem onde posso rever este gol.

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  3. João,
    achei o vídeo, e pra melhorar, tem a narração do Mais Vibrante do Brasil, Alberto Rodrigues.
    http://www.youtube.com/watch?v=8KgOITSHtlA
    Espero que tenha gostado do nosso blog.
    Obrigado pela visita.

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  4. MEU AGRADECIMENTO PELO CARINHO,JOAOZINHO

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  5. ESTOU AQUI HOJE EM BOSTON COM MEU AMIGO WILTON, CURTINDO UM VINHO GELADO,SABOREANDO UM CHURRASCO GOSTOSO E ME EMOCIONANDO COM TANTAS PALAVRAS MARAVILHOSAS.FICO BASTANTE AGRADECIDO,SATISFEITO QUE TANTO POSSO TER CONTRIBUIDO PELO MEU TIME DO CORACAO E EMPOLGADO QUE TANTOS POSSAM HOJE SE EMOCIONAREM COM MEUS DRIBLES E JOGADAS.AGRADECO DO CORACAO PELOS ELOGIOS E COMENTARIOS.GRATO JOAOZINHO

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  6. Obrigado Wilton! Os elogios são o mínimo, em comparação com a maestria dos dribles.

    Um abraço.

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  7. Joãozinho meu amado Irmão, juntamos alguns amigo para resgatar sua vida no esporte, olha este é só o começo, fizemos um Orkut para você é Joãozinho ex.jogador do cruzeiro.
    Seu irmão Pastor Washington

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  8. eu tive o privilegio e me deliciei c as gdes jogadas e dribles discocertantes coitado do alves do athetico ate hj deve esta c as colunas impenadas joao foi o maior intortador de beques parabens vç e a pura alegria do fut arte da maladragem do fut moleque de seu adimirador dimas guerreiro teofilo otoni mg tel 3388488980

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  9. Contra o Alinaça de Lima recebe a bola na lateral esquerda leva até o outro gol e marca, pena que não tem registro.

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  10. Contra o Alinaça de Lima recebe a bola na lateral esquerda leva até o outro gol e marca, pena que não tem registro.

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  11. Perdoem-me a minha imodéstia mas julgo, orgulhoso ter inspirado um gol do Joãozinho. Era uma tarde de domingo, 1981 ou 1982, não me lembro bem. Estava no Mineirão com primos e um tio. Na parte encoberta das arquibancadas, lado esquerdo do ataque estrelado. A raposa batia o coelho por 3 X 0. Escanteio para o Cruzeiro. Mineirão num silêncio abissal. Joãozinho se prepara para cobrar e corro para junto do alambrado. O craque está muito perto… Não resisto: “direto para o gol, Joãozinho”. Joãozinho, de soslaio, sorri. Corre com elegância e bate de trivela. Não precisa falar mais nada: a bola cai macia, lá junto a forquilha onde a coruja dorme. Até hoje, para vencer a insônia, deixo-me acalentar pelo balanço do Mineirão após o gol olímpico do Joãozinho naquela tarde. Obrigado, seu João!

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