O excelente lateral-direito Nelinho chegou ao Cruzeiro em 1973, descoberto pelo técnico Orlando Fantoni e proveniente de uma transação do Cruzeiro junto ao Remo do Pará, o curioso é que Nelinho era o lateral-direito reserva, o titular foi contratado pelo Atlético-MG e não vingou.
Nelinho estreou com a camisa do Cruzeiro já se destacando com as bombas que o fizeram inesquecível. O Cruzeiro vencia o Nacional de Muriaé por 3x0, quando na cobrança de um tiro livre, a pelota foi rolada curtinha pra ele, o lateral soltou a bomba no ângulo do goleiro, para fazer 4x0.
Um lateral diferente dos que atuavam em seu tempo, Nelinho destacou-se pela capacidade de apoiar o ataque. Executava dribles com perfeição, assim como os cruzamentos e os lançamentos milimétricos, além de ter sido exímio cobrador de faltas, um dos maiores que o mundo já viu.
O grande radialista, gaúcho, mas que trabalha no RJ, Luiz Mendes, afirma ter criado a expressão "Folha Seca" no seu tempo de narrador (hoje ele é comentarista da Globo-RJ). Inspirado na sua infância no Rio Grande do Sul, ele afirma ter surgido daí a expressão. Enquanto ele e o irmão observavam as folhas secas caírem das árvores no Outono, ficavam apostando aonde elas cairiam. O mesmo aconteciam nestas cobranças de falta, a bola saía do ponto aonde foi colocada, fazia uma curva incrível e inacreditável e morria num local aonde ninguém imaginara. Vale lembrar que a expressão "folha seca" surgiu antes de Nelinho, nos áureos tempos em que o futebol contava com o excelente Luiz Mendes nas narrações. Nelinho foi um dos nomes mais poderosos dentre os que utilizaram a cobrança de falta, no estilo "folha seca".
Chegou ao Cruzeiro numa época muito boa do Clube da Toca, contribuiu muito para que o time pudesse sagrar-se tetra-campeão Mineiro entre 1972-1975, em 1975 foi 9ºTítulo Mineiro conquistado pelo Cruzeiro em 11 anos de Mineirão.
Chegou ao Cruzeiro numa época muito boa do Clube da Toca, contribuiu muito para que o time pudesse sagrar-se tetra-campeão Mineiro entre 1972-1975, em 1975 foi 9ºTítulo Mineiro conquistado pelo Cruzeiro em 11 anos de Mineirão.
O lateral participou do esquadrão que foi garfado no Brasileiro de 1974, contra o Vasco da Gama no Marcanã (jogo que deveria ter sido realizado no Mineirão, não bastasse isso, Armando Marques nos anulou um gol legítimo, fora outras falcatruas).
Mas foi neste mesmo ano de 74, que Nelinho marcou um de seus gols mais bonitos pelo Cruzeiro e em sua carreira. No jogo contra o Santos, no Morumbi pelo quadrangular final do Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro acabara de abrir o marcador, e após a saída santista, Nelinho recebeu a bola após o roubo dela pelos Celestes, avançou pela direita, driblou três adversários e mandou o balaço que beijou as malhas da cidadela peixeira. O incrível, é que o gol foi feito de canhota, surpreendendo à todos, que esperavam mais um tirambaço com a caneta direita mortífera.
Ainda em 1974, as ótimas atuações de Nelinho, lhe proporcionaram a oportunidade de disputar a Copa do Mundo, realizada na Alemanha, tendo sido convocado juntamente com o companheiro de Cruzeiro, capitão do time Celeste e da Seleção, Wilson Piazza. O Brasil fez boa campanha, mas devido ao salto alto de Zagallo, da comissão e de alguns atletas, não conseguiu derrotar a Laranja Mecânica, o Carrossel Holandês de 1974.
No ano de 1975, o Cruzeiro chegou novamente à final do Campeonato Brasileiro, desta feita contra o Internacional, a partida decisiva foi em Porto Alegre. O então goleiro Colorado, Manga, fez uma de suas maiores atuações em todos os tempos, Nelinho cobrou faltas que fizeram as tradicionais curvas (a famosa "folha seca") e que Manga, por milagre e desespero dos Cruzeirenses catou todas.
Neste ano de 75, o Cruzeiro disputou o Torneio Teresa Herrera, da Espanha. Nelinho macou três na vitória por 3x0 frente ao Stoke City, da Inglaterra, e outro no empate cem 3 a 3 na finalíssima contra o Peñarol. O Cruzeiro sucumbiu frente aos uruguaios nos penaltys, mas foi novamente convidado para disputar o torneio em 76, quebrando a tradição do torneio que só permitia aos campeões participarem do torneio do ano seguinte. O motivo do convite foi o encanto causado pela "folha seca" de Nelinho.
No ano seguinte, o Cruzeiro fez campanha notável na Copa Libertadores da América, a qual terminou como campeão. No famoso 5x4 contra o Internacional no Mineirão, Nelinho marcou o gol da vitória, em cobrança de penalty que não deu chances ao goleiro Manga. Nas finais contra o River Plate, teve grandes atuações, inclusive tendo marcado um golaço em Belo Horizonte, na goleada por 4x1 contra os hermanos.
A finalíssima ocorreu em Santiago, no Chile, e o Cruzeiro longe de sua apaixonada torcida, contou com o apoio dos chilenos, que torceram para o Cruzeiro, tendo o jogo sido marcado pelos gritos de: "Brasil! Brasil! Brasil!".Nelinho assinalou o primeiro gol do Cruzeiro, após penalty marcado pelo árbitro e cobrado com perfeição pelo lateral Azul, deslocando o lendário goleiro Landaburu, do River Plate.
A finalíssima ocorreu em Santiago, no Chile, e o Cruzeiro longe de sua apaixonada torcida, contou com o apoio dos chilenos, que torceram para o Cruzeiro, tendo o jogo sido marcado pelos gritos de: "Brasil! Brasil! Brasil!".Nelinho assinalou o primeiro gol do Cruzeiro, após penalty marcado pelo árbitro e cobrado com perfeição pelo lateral Azul, deslocando o lendário goleiro Landaburu, do River Plate.
A partida estava empatada em 2x2, quando uma falta foi marcada sobre Palhinha na entrada da área do River, já depois dos 40 minutos do segundo tempo.
Nelinho iria tentar o "pé de chumbo" (como dizia o saudoso radialista, Villibaldo Alves), os cruzeirenses tinham a certeza do gol, e o goleiro do River também, visto que colocou nada mais, nada menos do que 9 homens na barreira, Nelinho ajeitou a redonda para o tiro fatal, mas antes que o lateral chutasse à meta, Joãozinho se adiantou e mandou por cima da barreira, surpreendendo o goleiro argentino e todo o time do Cruzeiro, fazendo o gol do título.Após a vitória, juntamente com os companheiros, ajoelhou-se no meio de campo, para fazer uma homenagem, rezando pelo companheiro Roberto Batata, que morreu enquanto o Cruzeiro ainda disputava a Libertadores.
Em 1977, o Cruzeiro chegou novamente à final da Copa Libertadores, e Nelinho marcou o gol na 2ª partida da final, contra o Boca Juniors, em Belo Horizonte, segundo alguns a sua maior bomba em cobrança de falta em todos os tempos, aos 30 do segundo tempo. O Boca havia vencido na Argentina por 1x0 e sofrido o revés pelo mesmo placar em Belo Horizonte, isto implicava em mais um jogo em campo neutro, assim como em 76, mas desta vez o palco escolhido foi o Estádio Centenário em Montevidéu, no Uruguai. O Cruzeiro havia contado com o apoio da torcida chilena em 76 e em 77 isto se inverteu, os uruguaios apoiaram aos portenhos, 0x0 no tempo normal e derrota do Cruzeiro nos penaltys por 5x4.
Neste mesmo ano, Nelinho participou da conquista do Campeonato Mineiro, título que mais o marcou enquanto esteve no Cruzeiro, como afirmou na última segunda-feira (12/10) quando foi homenageado no Mineirão. O Atlético-MG tinha o maior time de sua história (que pra variar não foi campeão de nada), e a decisão numa melhor de três entre Celestes e alvi-negros definiria o campeão. O Atlético venceu o primeiro jogo por 1x0, e após a partida, os atleticanos ousaram levar a Taça do Campeonato para seu vestíário. Desrespeitaram o Cruzeiro que tinha vencido 9 dos últimos 12 campeonatos Mineiros, e atual campeão da Copa Libertadores, tendo ainda sido finalista dos Brasileiros 74/75 e campeão do Brasil em 1966. Toninho Cerezzo afirmou que "enquanto ele, Reinaldo, Marcelo e outros jogassem lá, o Cruzeiro não ganharia mais nada".
Nesta temporada o Cruzeiro havia trazido o uruguaio Revétria, terror do goleiro do Atlético-MG, o argentino Ortiz. Segundo alguns, Ortiz veio para Belo Horizonte após as seguidas derrotas e os muitos gols sofridos frente ao uruguaio que agora defendia o Cruzeiro.
O Galo saiu na frente na segunda partida, mas o Cruzeiro virou com três de Revétria, tendo o jogo sido encerrado em 3x2 para a Raposa e então seria necessário mais um jogo para que o campeonato fosse decidido.
Na terceira partida, o Alvi-negro saiu na frente com Reinaldo, aos 35 do primeiro tempo, o atacante do Galo foi comemorar em frente à torcida do Cruzeiro.
Foi então que o time de Lourdes sofreu com a fúria do Campeão da América. O Cruzeiro foi pra cima, e após Nelinho cobrar um corner com perfeição, Revétria, o gringo, mais uma vez, foi o algoz de Ortiz após dar uma chifrada na redonda.
O empate no tempo normal levou o jogo à prorrogação, na qual o Atlético-MG tinha a vantagem do empate para ficar com o caneco. Mas o Cruzeiro foi lá e arrebatou o troféu, com gols de Lívio e do Bailarino Joãozinho, tendo este marcado o tento aos 14 minutos da prorrogação.
Foi um título heróico, e que marcou muito o eterno lateral do Cruzeiro.
Jogando o fino da bola, Nelinho disputou mais uma Copa do Mundo, em 1978, a Copa da Argentina. Foi nesta Copa, que ele marcou um dos gols mais bonitos de todos os Mundiais, na partida válida pela disputa do 3º lugar, contra a Itália. Nelinho avançou pela meia-direita, ainda na intermediária e soltou a bomba, a pelota fez um curva incrível, o goleiro Dino Zoffi estava pulando para o lado direito, retorna e se estica todo, mas a redonda foi parar à sua esquerda, sem tocar no ferro, um tento inesquecível.
Nelinho disputou 24 jogos com a camisa Canarinho e assinalou 6 gols, fez o seu último jogo pela Seleção em 29/06/1980, no empate contra a seleção polaca por 1x1.
Nelinho foi um dos jogadores mais importantes da história do Cruzeiro, sendo um dos principais responsáveis por levar o nome do Cruzeiro pelo Brasil e pelo Mundo.
Nelinho aposentou-se do futebol no ano de 1988, num jogo amistoso e hoje é cronista esportivo, sendo muito respeitado em todo o país.
Nesta última segunda-feira, em 12/10, antes do confronto de Cruzeiro e Atlético-MG, Nelinho foi imortalizado na calçada da fama do Mineirão, homenagem mais do que justa pelos seus grandes feitos no Gigante da Pampulha.
Uma das glórias do futebol de Minas Gerais, Nelinho será eternamente lembrado pelo futebol que apresentou aqui, e sempre que uma bomba resulta em gol, sempre que uma bola descreve um curva magnífica, sempre que o goleiro fica desolado após não acreditar na trajetória que uma bola descreveu, todos já se recordam dos bons tempos do lateral que vestiu a camisa 5 Estrelas por tantos anos.Nome: Manoel Rezende de Matos Cabral
Nascimento: 26/07/50, no Rio de Janeiro (RJ).
Quando jogou: 9 anos, 1973-1982
Títulos pelo Cruzeiro: Campeonato Mineiro 1973, 1974, 1975, 1977; Copa Minas Gerais: 1973, 1975, 1979; Copa Libertadores 1976; Copa Rio Branco 1976; Copa Oswaldo Cruz: 1976;
Copa Atlântica: 1976;
Bola de prata brasileira (Placar): 1975, 1979, 1980.
Único defensor a marcar mais de 100 gols, é o 13º Artilheiro da história do Cruzeiro, com 105.gols.
12º jogador que mais vestiu a camisa do Cruzeiro, isto ocorreu em 410 oportunidades.
Belo post e super merecido, Nelinho é um dos ídolos Azuis que são e serão amados pela Nação Azul por toda a eternidade.
ResponderExcluirVou add seu blog nos meus.
Abraços e Sds. Celestes
Olá pessoal, Nelinho poderia ter jogado na Copa de 82 tb, mas Telê só o convocou para amistosos em 80 e depois não o convocou mais, agora levar Edevaldo e não levar Nelinho, será que o mestre Telê entendia tanto de futebol assim? Tenho lá minhas dúvidas, não sou seu maior fã, cometeu um monte de erros em 82 e 86.Pessoal não existe a foto do Cruzeiro no 3º jogo final da Libertadores em 76?
ResponderExcluirPor que o Nelinho disputou só os tres primeiros jogos da Copa 74?
ResponderExcluirOlha o gol dele contra o boca em 77
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=GFXe6DY7EYU