quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Onde a imagem do Cruzeiro resplandece: Cruzeiro 5x0 Atlético-MG - 26/04/2009

Foi a partida de número 1.500 do Cruzeiro no Mineirão. A Raposa, que arrebatou tantos troféus importantes no Gigante da Pampulha, tendo sido a única equipe do Estado a conquistar torneios importantes jogando no Mineirão (Supercopa 1991, Copas do Brasil 1996/2000/2003, Copa Libertadores 1997, Copa Sul-Minas 2001/2002, Campeonato Brasileiro 2003, pra ficar só nesses) completava uma marca histórica. E nada melhor do que um jogo contra o Galo, para marcar o feito Celeste.

O Cruzeiro chegou à final mordido, pois após o confronto de 15 de fevereiro, contra o mesmo Atlético-MG, também pelo Mineiro, houve muita polêmica. O Cruzeiro venceu por apenas 2x1 num jogo em que poderia ter até goleado. E após a partida, querendo tirar o foco da derrota, o presidente do time da região metropolitana de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, afirmou haver uma "quadrilha" dentro da FMF, chefiada pelo já falecido Lincoln Afonso Bicalho, montada para favorecer o Cruzeiro. Afirmou que a FMF era uma camarilha, esquecendo-se de que, nunca, na história da Federação Mineira de Futebol, houve um presidente, que fosse Cruzeirense, estranho não é Sr. Kalil?! Mas o Kalil é assim mesmo, é uma síntese de todo atleticano: "Cruzeiro só ganha roubado, o Galo tem o melhor time do mundo e só perde sempre por causa da arbitragem."
Os jogadores do Cruzeiro, mordidos, com as afirmações do presidente do time do código de barras, entraram em campo, com uma nítida motivação extra.

Foi então que, em 26 de abril de 2009 (em 27 de abril de 2008, o Cruzeiro bateu o Atlético Mineiro por 5x0 pela primeira vez), a bola rolou num Mineirão lotado. As duas equipes vinham bem na competição, e o Cruzeiro paralelamente, também ia caminhando muito bem na Copa Libertadores. O primeiro tempo mostrou equilíbrio. Com alternância de domínio das equipes no quisito incisão ofensiva.
A primeira grande chance surgiu aos onze, Thiago Ribeiro lançou o Gladiador, dentro da área (do gol que dá para a Lagoa da Pampulha), e Kléber bateu forte à meta, Juninho fez boa defesa, e espalmou a corner. Aos quatorze, o Atlético Mineiro deu resposta, Tardelli vislumbrou bem a Carlos Alberto, que tinha boa chance de marcar, mas, o volante alvinegro chutou pela última linha.
O jogo prosseguia bastante disputado, a trinca de volantes do Cruzeiro batalhava contra os quatro volantes do Atlético Mineiro, que jogava com apenas Tardelli literalmente no ataque. Desta forma, o Atlético Mineiro conseguia parar bem as tentativas Celestes, todavia, seu ataque pouco chegava, por excesso de gente preocupada apenas em desarmar ou cometar faltas no meio-campo, além da atuação ruim de Lopes, responsável pela armação.
Aos 38, a melhor chance atleticana na partida, falta cobrada pela direita, Leandro Almeida subiu muito, deu uma bela testada na bola, mas Fábio, operou milagre, e a bola saiu raspando o ferro.


O Atlético Mineiro bateu o escanteio, e a zaga retomou bem a bola, e saiu jogando. O Cruzeiro evoluiu rapidamente no contragolpe, Ramires arrancou do meio campo, soltou na ponta direita para Thiago Ribeiro, este encostou para Kléber, e o Gladiador de primeira para Wágner, o camisa 10 de calcanhar tocou em devolução, e o K30 disparou forte para a meta de Juninho, que nada pôde fazer. O Mineirão explodiu com o golaço do Cruzeiro, e a torcida vibrou ainda mais com a comemoração de Kléber, que a exemplo de Paulinho McLaren (na vitória do Cruzeiro por 2x1 contra o Atlético-MG, pelo Campeonato Brasileiro 1996), imitou uma galinha e fez o gesto de choro na comemoração, uma resposta à Kalil. Estava aberta a contagem num jogo que foi muito difícil na primeira etapa, "tinha peixe na rede do Atlético".

As duas equipes voltaram do intervalo alteradas, no Galo, Leão sacou Márcio Araújo "o Pinguelo Maluco" (como já disse Lélio Gustavo, utilizando uma expressão comum de Oswaldo Faria "Coragem para dizer a verdade") e no Cruzeiro, Soares entrou no posto de Thiago Ribeiro, que voltava de contusão.
O segundo tempo, foi completamente diferente do primeiro. O Cruzeiro confirmou a sua supremacia como maior e melhor time do estado, e não deu tempo do Atlético Mineiro respirar. A Raposa foi pra cima, e após uma cobrança de conrer, Léo Fortunato colheu livre, a cabeçada, mas Juninho evitou o tento, espalmando novamente para escanteio, o Cruzeiro havia achado a mina. Wágner, aos 10 minutos, ajeitou carinhosamente a redonda, no quarto de círculo, lá na extrema direita, e bateu muito bem o corner, Leonardo Silva, deu uma chifrada na bola, e Juninho ficou mórbido, "indivíduo competente o Leonardo Silva", diria Waldyr Amaral.

Com 2x0, a Raposa seguia correndo atrás do Galo, que clamava por piedade, o Cruzeiro já mostrava que golearia. Aos 16 minutos, mais um esquinado, bola na extrema canhota, Wágner bateu em centro, e novamente, Leonardo Silva golpeou de cabeça, e a bola balançou o véu da noiva, "booooola noo bbbbaaaarrrrrbaaannntttee de Juninho", como gostava de dizer o saudoso Willy Gonser.
A torcida foi ao delírio no Mineirão, e cantos de "É campeão", "Olé" , eram entoados seguidamente no Gigante da Pampulha. O time do Galo ficou ainda mais descontrolado, e prova disso, foi a expulsão de Renan Oliveira, que cometeu falta dura em Ramires, aos 18 minutos de jogo, e tomou o segundo amarelo.
Numa triangulação perfeita de Marquinhos Paraná, Jonathan e Soares, estilo futebol de salão, a última tabela culminou com a bola sobrando para Jonathan, "que tinha bala na agulha" e fuzilou, a bola estava no filó, era o quarto do Cruzeiro, aos 33 minutos de jogo.

Aos 38, Ramires se envolveu numa confusão com Leandro Almeida e ambos foram expulsos. Aos 40, o Galo quase diminuiu, com Kléber, mas Fábio fez grande defesa. Para azar do Atlético Mineiro, o contra ataque do Cruzeiro estava muito bem armado, a bola acabou sobrando na meia canhota para Gérson Magrão, ele fez um lançamento magnífico, em diagonal, da meia canhota para a ponta direita, onde apareceu Jonathan, o Touro Sentado, que entrou pela área de Juninho e balançou as redes alvinegras, os atleticanos pareciam não acreditar, 5x0 mais uma vez.
O Cruzeiro ainda teve uma grande chance para o sexto, Wellington Paulista, que entrara no lugar de Kléber, recebeu na entrada da área, e chutou pro gol, a bola bateu na rede pelo lado de fora, enganando até alguns locutores.
A torcida fazia o seu carnaval no Mineirão, há alegria maior do que golear por duas finais seguidas, o maior rival no estado, por 5x0?

A partida foi encerrada em 5x0 para o Maior de Minas, que completara 10 jogos sem perder para o Atlético Mineiro.
Adílson Batista, que deu um nó tático em Leão, e foi o principal responsável pela goleada contra o Galo, seguia invicto, com o saldo de 6 vitórias e um empate, em 7 partidas contra os alvinegros. Armou muito bem o seu time, e assim como em 2008, assegurou o caneco logo no primeiro embate.

Terminada a partida, a TV mostrou cenas inesquecíveis, torcedores atleticanos perplexos com mais uma derrota, chorando, e inclusive queimando camisas. Um sofrimento em preto e branco o qual estamos acostumados a acompanhar durante todos anos, tinha mais um capítulo histórico.
Do outro lado, o epílogo de uma festa em azul e branco, mais uma vez o Cruzeiro estava humilhando o Atlético-MG, e mostrando que a camarilha existente em Minas Gerais, teve como crimes: humilhar, fazer de saco de pancadas e matar um pobre e miserável Galo.


Saluti Celesti.

CRUZEIRO ESPORTE CLUBE 5X0 Clube Atlético Mineiro
Cruzeiro: Fábio; Jonathan, Leonardo Silva, Léo Fortunato e Gérson Magrão; Marquinhos Paraná, Fabrício (Henrique), Ramires e Wágner; Thiago Ribeiro (Soares) e Kléber (Wellington Paulista).
Téc.: Adílson Batista.

Atlético-MG: Juninho; Werley (Marcos Rocha), Marcos, Leandro Almeirda e Júnior; Renan, Carlos Alberto, Márcio Araújo (Kléber) e Rafael Miranda; Lopes (Chiquinho) e Diego Tardelli.
Téc.: Émerson Leão.

Gols: Kléber aos 39 minutos do primeiro tempo; Leonardo Silva aos 10 e aos 16, Jonathan aos 33 e aos 41 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Gérson Magrão, Leonardo Silva, Kléber e Wellington Paulista (Cruzeiro); Werley, Renan e Leandro Almeida (Atlético-MG).
Cartões vermelhos: Ramires (Cruzeiro), Leandro Almeida e Renan (Atlético-MG).

Público: 47.489 pagantes. Renda: R$: 1.078.742,50.
Local: Estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG). Data: 26/04/09.
Árbitro: Paulo César de Oliveira (FIFA-SP).
Assistentes: Roberto Braatz (FIFA-SP) e Maria Eliza Barbosa (FIFA-SP).

Motivo: 1ª partida da Final do Campeonato Mineiro Módulo I 2009.

Nenhum comentário:

Postar um comentário