
O Cruzeiro chegou à final mordido, pois após o confronto de 15 de fevereiro, contra o mesmo Atlético-MG, também pelo Mineiro, houve muita polêmica. O Cruzeiro venceu por apenas 2x1 num jogo em que poderia ter até goleado. E após a partida, querendo tirar o foco da derrota, o presidente do time da região metropolitana de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, afirmou haver uma "quadrilha" dentro da FMF, chefiada pelo já falecido Lincoln Afonso Bicalho, montada para favorecer o Cruzeiro. Afirmou que a FMF era uma camarilha, esquecendo-se de que, nunca, na história da Federação Mineira de Futebol, houve um presidente, que fosse Cruzeirense, estranho não é Sr. Kalil?! Mas o Kalil é assim mesmo, é uma síntese de todo atleticano: "Cruzeiro só ganha roubado, o Galo tem o melhor time do mundo e só perde sempre por causa da arbitragem."
Os jogadores do Cruzeiro, mordidos, com as afirmações do presidente do time do código de barras, entraram em campo, com uma nítida motivação extra.

A primeira grande chance surgiu aos onze, Thiago Ribeiro lançou o Gladiador, dentro da área (do gol que dá para a Lagoa da Pampulha), e Kléber bateu forte à meta, Juninho fez boa defesa, e espalmou a corner. Aos quatorze, o Atlético Mineiro deu resposta, Tardelli vislumbrou bem a Carlos Alberto, que tinha boa chance de marcar, mas, o volante alvinegro chutou pela última linha.
O jogo prosseguia bastante disputado, a trinca de volantes do Cruzeiro batalhava contra os quatro volantes do Atlético Mineiro, que jogava com apenas Tardelli literalmente no ataque. Desta forma, o Atlético Mineiro conseguia parar bem as tentativas Celestes, todavia, seu ataque pouco chegava, por excesso de gente preocupada apenas em desarmar ou cometar faltas no meio-campo, além da atuação ruim de Lopes, responsável pela armação.
Aos 38, a melhor chance atleticana na partida, falta cobrada pela direita, Leandro Almeida subiu muito, deu uma bela testada na bola, mas Fábio, operou milagre, e a bola saiu raspando o ferro.

O Atlético Mineiro bateu o escanteio, e a zaga retomou bem a bola, e saiu jogando. O Cruzeiro evoluiu rapidamente no contragolpe, Ramires arrancou do meio campo, soltou na ponta direita para Thiago Ribeiro, este encostou para Kléber, e o Gladiador de primeira para Wágner, o camisa 10 de calcanhar tocou em devolução, e o K30 disparou forte para a meta de Juninho, que nada pôde fazer. O Mineirão explodiu com o golaço do Cruzeiro, e a torcida vibrou ainda mais com a comemoração de Kléber, que a exemplo de Paulinho McLaren (na vitória do Cruzeiro por 2x1 contra o Atlético-MG, pelo Campeonato Brasileiro 1996), imitou uma galinha e fez o gesto de choro na comemoração, uma resposta à Kalil. Estava aberta a contagem num jogo que foi muito difícil na primeira etapa, "tinha peixe na rede do Atlético".

O segundo tempo, foi completamente diferente do primeiro. O Cruzeiro confirmou a sua supremacia como maior e melhor time do estado, e não deu tempo do Atlético Mineiro respirar. A Raposa foi pra cima, e após uma cobrança de conrer, Léo Fortunato colheu livre, a cabeçada, mas Juninho evitou o tento, espalmando novamente para escanteio, o Cruzeiro havia achado a mina. Wágner, aos 10 minutos, ajeitou carinhosamente a redonda, no quarto de círculo, lá na extrema direita, e bateu muito bem o corner, Leonardo Silva, deu uma chifrada na bola, e Juninho ficou mórbido, "indivíduo competente o Leonardo Silva", diria Waldyr Amaral.

A torcida foi ao delírio no Mineirão, e cantos de "É campeão", "Olé" , eram entoados seguidamente no Gigante da Pampulha. O time do Galo ficou ainda mais descontrolado, e prova disso, foi a expulsão de Renan Oliveira, que cometeu falta dura em Ramires, aos 18 minutos de jogo, e tomou o segundo amarelo.
Numa triangulação perfeita de Marquinhos Paraná, Jonathan e Soares, estilo futebol de salão, a última tabela culminou com a bola sobrando para Jonathan, "que tinha bala na agulha" e fuzilou, a bola estava no filó, era o quarto do Cruzeiro, aos 33 minutos de jogo.

O Cruzeiro ainda teve uma grande chance para o sexto, Wellington Paulista, que entrara no lugar de Kléber, recebeu na entrada da área, e chutou pro gol, a bola bateu na rede pelo lado de fora, enganando até alguns locutores.
A torcida fazia o seu carnaval no Mineirão, há alegria maior do que golear por duas finais seguidas, o maior rival no estado, por 5x0?

Adílson Batista, que deu um nó tático em Leão, e foi o principal responsável pela goleada contra o Galo, seguia invicto, com o saldo de 6 vitórias e um empate, em 7 partidas contra os alvinegros. Armou muito bem o seu time, e assim como em 2008, assegurou o caneco logo no primeiro embate.

Do outro lado, o epílogo de uma festa em azul e branco, mais uma vez o Cruzeiro estava humilhando o Atlético-MG, e mostrando que a camarilha existente em Minas Gerais, teve como crimes: humilhar, fazer de saco de pancadas e matar um pobre e miserável Galo.
Saluti Celesti.
CRUZEIRO ESPORTE CLUBE 5X0 Clube Atlético Mineiro
Cruzeiro: Fábio; Jonathan, Leonardo Silva, Léo Fortunato e Gérson Magrão; Marquinhos Paraná, Fabrício (Henrique), Ramires e Wágner; Thiago Ribeiro (Soares) e Kléber (Wellington Paulista).
Téc.: Adílson Batista.Atlético-MG: Juninho; Werley (Marcos Rocha), Marcos, Leandro Almeirda e Júnior; Renan, Carlos Alberto, Márcio Araújo (Kléber) e Rafael Miranda; Lopes (Chiquinho) e Diego Tardelli.
Téc.: Émerson Leão.
Gols: Kléber aos 39 minutos do primeiro tempo; Leonardo Silva aos 10 e aos 16, Jonathan aos 33 e aos 41 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Gérson Magrão, Leonardo Silva, Kléber e Wellington Paulista (Cruzeiro); Werley, Renan e Leandro Almeida (Atlético-MG).Cartões vermelhos: Ramires (Cruzeiro), Leandro Almeida e Renan (Atlético-MG).
Público: 47.489 pagantes. Renda: R$: 1.078.742,50.
Local: Estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG). Data: 26/04/09.
Árbitro: Paulo César de Oliveira (FIFA-SP).
Assistentes: Roberto Braatz (FIFA-SP) e Maria Eliza Barbosa (FIFA-SP).
Motivo: 1ª partida da Final do Campeonato Mineiro Módulo I 2009.
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