terça-feira, 9 de março de 2010

Onde a imagem do Cruzeiro resplandece - Dep. Galícia 0 x 1 Cruzeiro

Antes de me perguntarem, o que um jogo contra o Depotivo Galícia (VEN) faz nesta coluna, eu gostaria de dizer o motivo da partida: Taça Libertadores da América de 1967. Esta foi a primeira partida do Esquadrão Azul na competição favorita dos torcedores, o Cruzeiro estava começando a mostrar seu futebol para a América.
O campeão Brasileiro de 1966, com direito a goleada no no time de Pelé e companhia, ganhou a vaga na Libertadores do ano seguinte, 1967.
Nossa história na LA começou na Venezuela e bons resultados devem ser lembrados sempre que possível. O Cruzeiro bateu o Dep. Galícia por 1 a 0, gol de Evaldo, o primeiro de muitos gols na Taça Libertadores. Nesta mesma viagem à Venezuela, o Cruzeiro ainda enfrentou o Deportivo Itália, advesário de quinta feira, e venceu por 3 a 0, gols de Evaldo e Tostão, que balançou as redes duas vezes.
Em entrevista ao portal UAI Evaldo contou um pouco sobre estas partidas: "Vencemos o Galícia por 1 a 0 no primeiro jogo e fiz o gol. Na época, ninguém dava importância para isso. O importante era a alegria de jogar, a satisfação de estar entre os vários craques. Não passava pela cabeça de ninguém que aquele jogo marcaria por ser o primeiro da história do Cruzeiro fora do Brasil", disse Evaldo
"Até ganhar a Taça Brasil de 1966 e ir para a Libertadores de 1967, o Cruzeiro era um clube em formação. Era uma torcida pequena, era um time sem ídolos no cenário brasileiro, mas tinha os craques Tostão e Dirceu. Daí pra frente, fez um time que começou a galgar, a ganhar. Não tínhamos a noção da importância. O Cruzeiro era como se fosse um bom time amador. A gente se divertia no campo".
Ao ser perguntado sobre o clima nas arquibancadas do estádio universitário de Caracas, Evaldo disse o seguinte: "Ninguém estava interessado nos jogos. Lá eles não queriam nem saber de futebol. Os clubes eram ligados à colônias estrangeiras. Então, os universitários invadiam o gramado antes e durante a partida para chamar a atenção, só em sinal de protesto. Mas não agrediam ninguém. A polícia comparecia, mas eles saiam pacificamente e o jogo recomeçava".

Na próxima quinta feira, o Cruzeiro entrará em campo novamente contra o Dep. Itália, desta vez com muito mais experiência e muita vontade de conquistar a América pela terceira vez em sua história. História esta que começou com muita humildade em terras estrangeiras e atualmente contagia milhões de torcedores apaixonados em um planeta Azul, chamado Terra.

Fútbol Club Deportivo Galícia 0x1 CRUZEIRO ESPORTE CLUBE

Deportivo Galícia: Pérez; Chacho, Amarilla, Freddy e Urrutia; Díaz, Sílvio e Torres; Zé Maria, Paulo Fernandes e Torres.
Téc.: Pepito.

Cruzeiro: Raul; Pedro Paulo, William, Procópio e Neco; Wilson Piazza, Dirceu Lopes e Tostão; Natal, Evaldo e Hilton Oliveira.
Téc.: Aírton Moreira.

Gol: Evaldo, aos 47 minutos do segundo tempo.

Público: 10.000 (pagantes). Renda: 32.500 bolívares.
Local: Estádio Olímpio Universitário, em Caracas (Venezuela). Data: 19/02/67.
Árbitro: Adolfo Reginatto (CHI).

Motivo: 1ª Rodada do Grupo 1 da Copa Libertadores da América 1967.

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