quinta-feira, 1 de abril de 2010

Visão de Lince: Cruzeiro 3x0 Vélez Sarsfield


CRUZEIRO ESPORTE CLUBE 3x0 Club Atlético Vélez Sarsfield

Cruzeiro: Fábio, Jonathan, Thiago Heleno (Gil), Leonardo Silva e Diego Renan; Fabinho, Marquinhos Paraná, Henrique e Gilberto (Fabrício); Thiago Ribeiro (Wellington Paulista) e Kléber.
Téc.: Adílson Batista.

Vélez Sarsfield: Montoya, Díaz (Pablo Lima), Sebá Dominguez, Otamendi e Papa; Cubero, Somoza, Zapata e Moralez (Nicolás Cabrera); López (Martinez) e Santiago Silva.
Téc.: Ricardo Gareca.

Gols: Thiago Ribeiro, aos 32 do primeiro tempo. Kléber, aos três e aos oito minutos do segundo.
Cartões amarelos: Gilberto, Fabrício, Kléber (Cruzeiro); Somoza, Silva, Lima (Vélez).
Cartão vermelho: Somoza (Vélez).

Público: 43.374 pagantes (45.311 presentes). Renda: R$: 839.118,90.
Local: Estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG). Data: 31/03/10.
Árbitro: Wilmar Roldán (COL).
Assistentes: Wilson Berrío (COL) e Javier Camargo (COL).

Motivo: 5ªRodada do Grupo 7 da Copa Libertadores da América.

Um massacre contra os argentinos no Mineirão. O Cruzeiro se impôs frente ao Vélez, e mostrou porque tem tradição de time Copeiro. Não deu espaços para o Vélez desde o primeiro minuto, foi pra cima, com muita vontade e disposição (finalmente!) e acabou por golear os argentinos.
Mais do que uma vitória, uma resposta ao jogo da Argentina, quando fomos garfados. A Raposa mostrou que não precisa do árbitro para poder vencer, basta seu toque de bola refinado, a força de sua torcida, e a garra dos que são dignos de disputar a Copa Libertadores.

O Cruzeiro entrou em campo totalmente concentrado, antes do árbitro trilar o apito para iniciar a peleja, os jogadores Celestes reuniram-se no campo, para as últimas instruções e para demonstrarem a sua união.
Foi respeitado um minuto de silêncio (realmente um minuto) em memória, do mestre das letras, Armando Nogueira.
O time Celeste foi pra cima, assim que a bola rolou. Com uma boa marcação, nas poucas tentativas do Vélez, o Cruzeiro se defendia bem e saía rápido para buscar a contra-pontada.
Todavia, o primeiro lance de real perigo, surgiu com 14 minutos de luta, pois o Vélez também fazia uma boa partida tática e defensivamente. Thiago Ribeiro fez grande jogada individual, driblou o seu marcador e serviu ao Gladiador, ele chutou fraco, mas o lance animou a torcida. Além disso, era o prenúncio de uma noite iluminada para o time Azul 5 estrelas.
E isso se confirmou. Três minutos depois, Thiago Ribeiro, novamente deu passe à Kléber, ainda fora da área, este atirou para a meta com efeito, mas a bola se perdeu pela linha derradeira.
O Cruzeiro jogava de forma eficiente. Seus volantes desarmando com qualidade, e os laterais sempre incisivos no ataque.
Jonathan e Diego Renan infernizaram a zaga da Argentina. Renan chegou muito bem à frente, executou bons dribles e com categoria passou como quis pelos adversários.
Fabinho era o senhor da meia-cancha, coordenando a zaga e juntamente com Paraná e Henrique, cortava os ataques do Vélez e rapidamente iniciava o contra-golpe. Henrique esteve em noite inspirada, chegando muito bem ao ataque, e fazendo a tão imporante transição defesa-linha de frente.
Gilberto esteve um pouco apagado no primeiro tempo, mas não comprometeu. Fez alguns bons passes, e distribuiu o jogo. Mas está, bem diferente de 2009.
A dupla de ataque do Cruzeiro, estava realmente inspirada, dois minutos depois, Ribeiro fez bom passe buscando o Gladiador, mas o goleiro Montoya se antecipou e agarrou a menina, evitando o gol Celeste.
Em uma das poucas jogadas que desenvolveu pela canhota, Thiago Ribeiro foi feliz. Fez jogada pessoal, foi passando pelos zagueiros portenhos, limpou para o tiro, "tinha bala na agulha" e acertou um belo chute, a pelota morreu no gol dos argentinos e ele "fez chover na horta do Cruzeiro", quando eram decorridos 32 minutos de batalha e Brasil 1x0 Argentina.
A zaga Celeste, atuou firmemente. Thiago Heleno, que finalmente está crescendo de produção, e Leonardo Silva, se entenderam muito bem, ganharam todas as disputas de bola, e rechaçaram bem, quando necessário.
Aos 43, Jonathan fez boa jogada, acompanhado de Henrique e soltou a bomba, o goleiro Montoya fez grande defesa e evitou o segundo.
Praticamente no último lance do primeiro tempo, o árbitro errou terrivelmente. Gilberto foi lançado no ataque, ia penetrar pela área, mas foi jogado ao solo, quase sobre a linha que determinaria penalty. O bandeira assinalou a falta, mas o juiz não. Pra piorar, o bandeira voltou atrás e o senhor Roldán, deu cartão amarelo ao camisa 10 azul.

Ao iniciar a etapa complementar, o Cruzeiro continuou jogando da mesma forma, indo pra cima do Vélez. Thiago Heleno, que vinha jogando bem, foi substituído por Gil, pois esse sentiu uma dor na virilha.
Logo, aos 3 minutos, Henrique recuperou uma bola com muita raça no meio campo, um lance de encher os olhos, arrancou pela direita, deu um drible desmoralizante no adversário e abriu no facão para Thiago Ribeiro, ele avançou e cruzou para Kléber, o Gladiador só teve o trabalho de escorar para as redes. Um gol notável, que mostra o que é Copa Libertadores. Pois Henrique ganhou uma bola numa disputa forte, e iniciou a jogada do gol. E mostra também, o trabalho de Adílson Batista, que nos treinamentos, faz jogadas deste tipo, onde o Cruzeiro chega ao ataque com cerca de 8 segundos e poucos toques de bola.
Gilberto cresceu de produção nesta etapa, e chegava bem ao ataque, se entendendo muito bem com Diego Renan pela canhota. Ele fez passes com efeito, executou dribles, e foi peça importante.
O Mineirão fazia a sua festa em azul e branco, um carnaval notável. E todos pediam: "mais um, mais um, mais um".
E os jogadores atenderam ao clamor da torcida. Thiago Ribeiro, esporadicamente, penetrou pelo meio e soltou a bola limpa para Kléber, que tocou entre as pernas de Montoya, com apenas 8 minutos do segundo tempo, e o Brasil massacrava a Argentina 3x0.
Kléber passa a ser artilheiro isolado da Copa Libertadores, com 7 tentos.
O Cruzeiro tirou o pé do acelerador, e passou a jogar no ritmo da torcida, apenas para dar "olé".
No Vélez, destaque positivo para o baixinho Morález. Atleta de boa técnica, dribles rápidos e com boa visão de jogo. Um dos poucos portenhos que se salvaram ontem.
O Gladiador deu um belo drible, ao tocar a bola entre as pernas de Somoza, este cometeu falta dura e levou o primeiro amarelo. Poucos minutos depois, o mesmo, fez falta forte em Fabinho e foi amarelado novamente, e consequente e evidentemente foi expulso.
Com 41 minutos de jogo, Fabrício que havia entrado no posto de Gilberto, mandou um cacete à meta do Vélez, mas a bola não entrou, mas assustou muito ao time portenho.
E foi "só" 3x0, se o Cruzeiro tivesse forçado a barra, teria feito mais gols.
Mas, ficou de bom tamanho. Pois, o Vélez é um adversário qualificadíssimo, e segundo a imprensa portenha, o melhor time da Argentina. O Vélez foi presa fácil para o Cruzeiro, sentiu o nosso toque de bola, e o espetáculo de nossa torcida.
Com a vitória, em número de pontos, o Cruzeiro passa a ser o melhor clube da Copa Libertadores. Todavia, é provável que não fique neste posto, uma vez que vários clubes tem apenas 4 jogos. Mas a classificação, parece certa, mesmo que o Cruzeiro fique na segunda colocação do seu grupo.
A Raposa tem todas as condições de se classificar como primeiro do grupo, se jogar com a mesma disposição de ontem, com certeza vencerá o Colo Colo no Chile, na última rodada.

Foi, de longe, a melhor partida do Cruzeiro na temporada. Um rolo compressor que destruiu o time do Vélez. O Cruzeiro mostrou porque é tão temido na América, mostrou seu bom toque de bola, a magnitude de sua torcida, e a sua paixão por Libertadores. O Cruzeiro foi animador, foi incessantemente ao ataque. Uma tentativa de fazer com que os argentinos soubessem, que eles só nos venceram em seus domínios, por interferência daquela infeliz arbitragem.
Se a Raposa atuar todos os jogos com a mesma vontade, sua técnica e experiência prevalecerá, e o caneco mais importante da América, não nos esvaecerá, como no fatídico 2009.
Com a categoria Celeste, a força da torcida e com raça, será difícil bater o Cruzeiro. E desta forma, seguiremos firmes, rumo ao Tri.

Fábio: Exigido realmente, apenas no fim do jogo. Uma grande defesa numa cabeçada de Silva.

Jonathan: Muito bem no jogo. Chegou bem ao ataque, caiu pelas pontas, tabelou com Thiago Ribeiro, e quase deixou o seu.

Thiago Heleno: Jogou firme, sem comprometer. Está em ascensão.

Leonardo Silva: O xerife Azul, rebateu bem de cabeça e desarmou as tentativas do Vélez. Coordenou a defesa, evitando que a pelota chegasse à meta de Fábio, que saiu imaculada ontem.

Diego Renan: Muitas boas jogadas. Deu dribles entre as pernas dos argentinos. É aquele tipo de jogador chamado de "arisco", pois pega a bola e vai pra cima dos adversários.

Fabinho: Excelente partida. Sua permanência em campo, dá grande segurança à equipe. Comandou toda a defesa.

Marquinhos Paraná: Bons passes, e como sempre, incansável. Não está tão bem quanto 2008/2009, talvez cansaço acumulado. Mas não jogou mal, e continua a ser pessa fundamental do time.

Henrique: Está jogando o fino da bola. "Autor moral" do segundo gol. Tomou a bola em várias oportunidades, lançou, driblou e deu arrancadas magníficas. Grande partida.

Gilberto: Um pouco apagado no primeiro tempo. Evoluiu muito na segunda etapa, se entendeu bem com Renan e fez boas tabelas. Num contra golpe, chutou uma bola da intermediária ao ver Montoya adiantado, e assustou aos argentinos.

Thiago Ribeiro: Jogo impecável. Correu por todo o campo, principalmente pelas pontas. Serviu Kléber em diversas oportunidades. Deixou adversários no chão. Muita vontade durante todo o tempo que esteve em campo. O melhor em campo. Premiado com um gol.

Kléber: Brilhante atuação também. Em um lance individual, driblou vários adversários. É repetitivo dizer que tem "a cara da Libertadores", mas o Gladiador será peça fundamental no resgate do Tri. Kléber lutou muito, acreditando em todas as bolas, e além disso fez dois gols e é o artilheiro do certame.

Gil: Entrou no posto de Thiago Heleno, e não comprometeu. Executou um drible desconcertante na defesa, deixando o jogador do Vélez estirado no chão.

Fabrício: Foi bom ver o retorno do Leão do Cruzeiro. Por pouco não fez um belo gol, num petardo de fora da área.

Wellington Paulista: Outro jogador que costuma regular em Libertadores, permaneceu pouco tempo em campo, e não teve muitas chances para deixar o seu.

Téc.: Adílson Batista: Seu time teve uma atuação notável. O segundo gol foi reflexo do treinamento, com uma troca veloz de passes entre seus comandados. As bolas aéras na defesa deixaram de ser aquele "Deus nos acuda". Com o trabalho sério que vem desenlvendo, tem tudo para conseguir o Tri neste ano.

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